quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Cane Corso - continuação...



Olá, achei melhor postar o artigo do site Saúde Animal, pq é muito completo.
Espero que gostem!
Foto: o próprio Rocky.


Cane Corso
"O Cane Corso é um antiquíssimo molosso italiano, descendente direto do “canis pugnax” romano, que por sua vez descende do Mastim Tibetano, provavelmente trazido por Aníbal à península Itálica.
Mesmo excluindo a priori que o nome indique a origem geográfica da raça, a etimologia da expressão “corso” é controversa. Alguns afirmam que a palavra venha do latim ‘ cohors ' que significa protetor, guarda (por exemplo “praetoria cohors" é a guarda do corpo do general e ainda hoje no vaticano existe a Cohors Elvetica, ou guarda suiça).
É muito interessante também a hipótese que indica a raiz de Corso na palavra grega Kortòs , que indica o quintal, o recinto e da qual deriva a palavra cohors , que indicaria portanto o cão colocado como guarda do recinto. Esta hipótese, se verdadeira, nos traz de volta à Magna Grecia (região que compreendia o sul da Itália) e à sugestiva origem oriental dos molossos.
Outros buscam a origem de “Corso” em uma antiga expressão céltico-provençal que indicava força, potência. Esta última hipótese é igualmente plausível, visto que ainda hoje se encontra em algumas palavras como “corsiero” (cavalo robusto de batalha usado na idade média), no inglês “coarse” (rústico) e finalmente em alguns dialetos do sul da Itália onde “Corso” ou “Còrs” significa robusto ou altivo. Permanece o fato que, desde que começou a se estabelecer a lingua italiana, o molosso sempre foi chamado de Corso. Expressão mais adequada dificilmente poderia ser criada para descrever este cão, mistura de potência e distinção.
É importante dizer que não é uma raça extrema em nenhuma das suas características e disto resulta sua harmonia.
A sua conformação é portanto aquela de um molosso de porte médio-grande, com musculatura muito bem desenvolvida que lhe confere um aspecto sólido, compacto e sem qualquer pesadez desnecessária.
A cabeça é bem proporcionada com o corpo, O olhar é altivo e expressivo: a mordedura levemente prognata (os incisivos inferiores se sobrepões aos superiores). O pescoço é possante. O tórax bem aberto e alto. A altura na cernelha varia de 64 a 68 cm nos machos e de 60 a 64 cm nas fêmeas, com tolerância de 2 cm a mais ou a menos; o peso médio dos machos é de 45/50 kg e nas fêmeas de 40/45 kg.
A pelagem é curta, mas não rasa, muito forte e muito abundante, garantindo uma perfeita impermeabilidade; no inverno surge um sub-pelo muito abundante também.
As cores tradicionais são o preto e o tigrado, mas há também os exemplares fulvos (um marrom claro) e cinza. Nos cães cinza e fulvos surge uma máscara preta (ou cinza) que porém não deve passar da altura dos olhos.
Harmonia, força e desenvoltura são os adjetivos que melhor descrevem o seu andar natural: o trote longo com traços de galope.
As características de equilíbrio psíquico, a devoção absoluta ao dono e a versatilidade para adaptar-se aos mais variados usos são a razão de seu sucesso e difusão que a raça viveu até poucas décadas atrás.
O uso mais clássico do Cane Corso foi aquela da caça aos animais selvagens perigosos, especialmente o javali. Os sabujos e os bracos tinham que achar o animal e em seguida, após uma perseguição, obrigá-lo a parar, permitindo aos caçadores alcançá-los. Finalmente eram soltos os Corsos que tinham que saltar sobre o javali e imobilizá-lo agarrando-lhe as orelhas e o grifo. Isto permitia aos caçadores aproximarem-se sem serem atacados e matar a grande presa com um golpe bem colocado. Era esta confusão final, este epílogo sanguinolento, que exaltava os homens e que levou-os a celebrar a cena em uma longa série de representações artísticas.
Similar era a função do Cane Corso como boiadeiro, ou melhor, como cão de açougueiro. Até muitos anos atrás, os bovinos de carne eram criados em estado selvagem em regiões incultivadas e para chegar até o matadouro na cidade tinham que ser guiados por percursos de várias dezenas de quilometros. Nascidos e crescidos no estado selvagem, os rebanhos apresentavam todo o perigo de animais selvagens. Presuposto indispensável para controlar os bovinos era separar o touro, usando para isto os cães corso que tinham que paralisá-lo, agarrando-o pelo focinho com forte mordida, visto que a dor, nesta parte sensível, imobilizava completamente o grande animal. Sempre como boiadeiro o Corso tinha que defender o gado dos grandes predadores, como o urso ou o lobo.
Um tipo de caça muito particular onde o Corso era especializado era aquela ao tasso (parente da nossa ariranha). Este grande mustelídeo (chega a 1 metro de comprimento e 20 kg), de costumes notunos, era muito apreciado tanto pela pele, como pelo sabor da carne e até pela gordura, que fundida, era usada como unguento curativo. A caça era realizada à noite e exigia cães particularmente adestrados, visto que o escuro impedia o uso de armas de fogo. O Corso tinha portanto que surpreender o tasso e matá-lo com uma mordida forte na nuca, antes que este pudesse levantar-se e defender-se com suas longas e afiadíssimas garras.
Outro uso bem sucedido era a “guarda campestre”. Nas fazendas, terminada a colheita, o campo era abandonado por todos. Por vários meses, terminada a semeadura, restava somente o guardião: seu único companheiro era o cão, ajuda indispensável para defender-se de malfeitores que vagabundeavam por aquelas terras abandonadas.
Também os carreteiros que transportavam de dia e de noite, pelas estradas desertas em pleno campo, temiam continuamente os assaltos dos ladrões e para maior segurança viajavam em comboios e levavam de reserva os Cães Corso. A ecleticidade da raça foi muito apreciada também pelos grandes senhores feudais e renascentistas que a utilizaram, não só para a caça, mas também como guardas nas fortificações e como instrumento bélico. Para este propósito, os Corsos eram vestidos com faixas de couro endurecido que protegiam o peito e o dorso. Em alguns se colocavam faixas especiais que permitiam ao animal transportar sobre o dorso recipientes com substância resinosas acesas.
Desta maneira, este cães (chamados piriferos), eram de grande eficácia contra a cavalaria, pois, além de assustar os cavalos, provocavam dolorosas queimaduras ao correr por entre eles.
História menos gloriosa e recente é aquela a partir do segundo pós-guerra, onde a velocidade das mudanças nas condições sócio-econômicas e o abandono da criação de bovinos selvagens conduziu ao descaso a seleção da raça, que reduzida a poucos exemplares beirou a extinção.
Aproximadamente vinte e cinco anos atrás, alguns cinófilos, entre os quais os Prof.s Giovanni Bonatti e Fernando Casolino, o Doutor Stefano Gandolfi, o Sr. Gianantonio Sereni e os irmãos Giancarlo e Luciano Malavasi, aceitaram o desafio de recuperar a raça e fundaram a S.A.C.C (Società Amatori Cane Corso), entidade posteriormente reconhecida pela ENCI e pela FCI como sociedade especializada para salvaguarda da raça.
Hoje o Cane Corso está vivendo uma segunda juventude, graças a sua capacidade de adaptação que sempre o distinguiu nos séculos de história. É um ótimo guardião das propriedades, que vigia de perto a casa.
Mesmo tendo um senso de território muito arraigado, o Corso se apresenta muito bem como cão de defesa, graças a forte empatia com o homem.
É um cão adaptável, facilmente adestrável, mas que nunca será um robô: a sua viva inteligência se apresenta também na independência e no perseguir com um toque de iniciativa pessoal as tarefas e serviços a ele apresentados.
Na familia é um cão dócil e sociável, particularmente tolerante com as crianças para as quais, consciente de sua força, é muito delicado. O Corso tem um forte temperamento, não ama carinhos melosos, mas adora as manifestações de afeição que vêm do fundo, moderadas e constantes. Nesta situação retribui com igual intensidade e chega a manifestar uma dedicação ao dono sem igual.
Resumindo, é um cão que vive com o homem e para o homem, cuja beleza provém de sua real funcionalidade. "

Fonte: http://www.saudeanimal.com.br/cao_corso.htm

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