sexta-feira, 5 de março de 2010

O Cão na Escultura!















Na sua evolução, o homem inventou a arte para expressar os sentimentos que lhe eram suscitados pelo mundo que o rodeava. De início, limitava-se a desenhar nas paredes das grutas o que via, servindo-se das cores em relevo na pedra. Seguidamente, descobriu a cerâmica e a escultura. Naturalmente, o animal tornou-se um tema de inspiração artística. Simultaneamente temido e respeitado, passa a ser um símbolo religioso.


A arte figurativa nos tempos pré-históricos
As primeiras representações de cães sob a forma de escultura são potes de barro de estilo simples... Trata-se de arte verdadeiramente figurativa determinada, sobretudo, pelo respeito pelo perfil do animal que nessa época detinha o papel de companheiro de caçadas, de criação de animais e da vida cotidiana. Foram encontrados, por vezes, vestígios de unhas e dentes. Essas esculturas representam os animais com abdomens exagerados e patas curtas.


A arte pré-colombiana
A arte pré-colombiana é, ainda, muito simples. Não procura representar o cão em si, mas sim sob os traços da divindade à qual se encontra associado. A escultura passou a constituir a expressão do mundo espiritual e místico. Esta tendência vai alcançar o seu apogeu durante a Antiguidade.


No Egito, o cão – um símbolo estilizado
Os egípcios veneravam todas as espécies de animais, de entre os quais, o cão, representação terrena do deus Anubis e, por vezes, de Thot. Nessas esculturas muito estudadas e estilizadas, os artistas procuravam salientar uma particularidade do caráter do animal, simultaneamente conservando a sua forma normal, geralmente inspirada nos galgos do deserto. Assim, por exemplo, o cão em calcário conservado no Museu do Louvre, em Paris, constitui o exemplo perfeito: evoca um cão pastor com coleira. Os baixos-relevos retratam, frequentemente, cenas de caça, ou ainda, corridas de cães.
Os egípcios utilizavam também o cão para decorar os túmulos e as necrópoles. Podemos citar as representações de Anubis no sarcófago de Madja, datadas da XVIII dinastia, que retratam perfeitamente um cão deitado, evidenciando, no entanto ,uma cauda de raposa. Finalmente, a presença de duas estátuas de cães à entrada de todos os templos, símbolos da vigilância do soberano sobre o seu povo.


Na Ásia, o cão-leão
Nesta zona do mundo, o cão ocupa um lugar muito particular: por vezes, é considerado uma divindade e, por outras, uma especialidade culinária, oscilando, assim, entre o respeito e o desprezo. Na entrada da maioria dos templos e palácios chineses, encontram-se dois cães, a que se dá o nome de "cães-leões", representando, certamente, as raças molossóides que habitavam nessas regiões. Mesmo nos objetos esculpidos da vida cotidiana, os traços do cão são aumentados e disfarçados por um grau maior ou menor de adornos.


Na Assíria, uma escultura animal de qualidade
Nesta civilização, a escultura animal foi muito prolífica e de grande qualidade. A religiosidade e o culto real ditavam as inspirações artísticas. De forma geral, o cão era esculpido a sós, com uma sutileza assinalável ou, então, inserido numa cena de caça ou simplesmente acompanhando o dono.


Estilo geométrico na Roma e Grécia da antiguidade
Mais próximas do nosso tempo, as obras da Grécia e da Roma Antigas possuem um estilo fundamentalmente geométrico com linhas muito apuradas. Mas, tal como no caso da escultura humana, os temas com animais foram aprimorados para proporcionar um realismo quase perfeito. No entanto, foram encontradas poucas estátuas de cães, fato que não é surpreendente uma vez que o seu lugar na sociedade de então não era mais do que o de uma divindade.


Na Idade Média, representações imaginárias
Na Idade Média, a arte orienta-se para o imaginário e para a figuração dos símbolos. O bem e o mal constituem as principais fontes de inspiração a seguir à religião. O cão possui um papel limitado e essencialmente decorativo.


No Renascimento, os artistas empreendem estudos anatômicos e morfológicos em busca das proporções ideais. O cavalo é o tema ideal e o cão limita-se a desfrutar de um interesse muito restrito.


Do século XVII aos nossos dias, um tema artístico muito explorado
Seguidamente, o cão continua a ser um objeto de estudo escultural, mais a título de pesquisa do que de uma verdadeira obra, no sentido nobre do termo. Mas a partir do século XIX, os verdadeiros artistas de animais utilizam o cão como tema principal. Por exemplo, Barye (1796-1875) realizou bronzes anatômicos a partir de dissecações. Mais uma vez, o cão de caça desfrutava da sua preferência.


Fonte: Enciclopédia Royal Canin.
Fonte Imagens:
Cão de Metal, Scott Fife: http://www.merryhappy.net/1736

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