"À primeira vista, quem olha para Jade, uma cadela espoleta da raça Pastor Belga de Malinois, provavelmente não imaginaria o que ela traz em seu currículo. Por trás de seu comportamento brincalhão e espevitado, a cadela esconde seu lado nada convencional; ela é um soldado especializado em salvamentos do canil do Corpo de Bombeiros de São Paulo, no posto Ipiranga, Zonal Sul da capital. A pequena é famosa na corporação e já participou de quatro missões, dentre elas a localização do corpo de duas crianças em Barueri no início de setembro, e mais doze na tragédia causada pelas chuvas em Santa Catarina, em 2008. A missão mais recente aconteceu, quinta-feira, 25 de setembro, na explosão ocorrida em uma fábrica de fogos de artifício, em Santo André, região do Grande ABC.
Acompanhada por seu treinador, o cabo Laércio Lelis, a cadela ficou responsável por vasculhar a área atrás de possíveis vítimas. As Labradoras Dora e Safira, veteranas da corporação, também compareceram ao local, mas não encontraram feridos. De acordo com o Tenente Comandante do Canil dos Bombeiros, Luciano de Almeida, para chegar ao patamar de cães de resgate, um longo período de treinamentos deve ser percorrido. “Assim que chegam ao batalhão, por volta dos três meses, já começam os testes. Eles não podem ser medrosos e devem ser muito brincalhões”, ressalta.
O carro do Corpo de Bombeiros é adaptado com caixas de transporte para os cães e isolamento acústico.
Almeida explica ainda que aos 18 meses de vida um novo teste é feito com o animal. Nessa etapa voltam a ser avaliadas questões comportamentais como possível medo de trovões e escadas, além de sua desenvoltura em situações de risco. “Caso o cão seja reprovado, ele volta para o canil”. De acordo com o tenente, existem atualmente nove soldados de quatro patas na corporação, dois Labradores, um Golden Retriver, um Border Collie e cinco Pastores Belgas de Malinois.
Desenvolvidos para trabalho, naturalmente ágeis e de pelo curto, o Pastor Belga de Malinois é o mais novo queridinho do batalhão. Dois filhotes foram adquiridos recentemente e estão em fase de adaptação. Segundo o tenente Almeida, para o resgate de vítimas é necessário raças mais dóceis e brincalhonas, principalmente porque os cães são treinados em forma de brincadeira, como esconde-esconde e cabo de guerra. “Motivamos e incentivamos os animais a desenvolverem seus instintos de caça, olfato, audição e movimentação.”
Quando estão em serviço, Almeida explica que o bombeiro responsável pelo animal solta o cão por cerca de 20 minutos para vasculhar a área e descansa por mais 40 minutos. Em seguida, um novo cão é solto para fazer a mesma tarefa. “Caso apenas um animal aponte o local é provável que haja uma vítima, mas caso dois cachorros apontem o mesmo local, é certeza”, explica.
Treinamento
Vale lembrar que o Corpo de Bombeiros de São Paulo segue à risca as normas internacionais do American Rescue Dog Association (Associação Americana de Cães de Resgate). E não é apenas o cão que recebe treinamento. Dentre essas normas, fica estabelecido que o bombeiro também deve ser ‘treinado’ para aprender a como lidar com os cães. Por isso ele deve fazer o curso cinotécnico realizado na sede da Polícia Militar. “Para ser um treinador, o bombeiro deve ser desinibido, saber estimular e lidar com cães, ter certo conhecimento técnico prévio e obviamente, gostar de animais”, salienta o Tenente.
Questionado a respeito de outras raças apropriadas para o resgate, Almeida explica que Pastores Alemães também são muito utilizados e que geralmente, as fêmeas tendem a ser melhores já que têm o instinto natural da caça, o que não significa que os machos também não sejam bons soldados. Atualmente são seis fêmeas e três machos na corporação.
Jade é uma das novatas. Ela serve o Corpo de Bombeiros há pouco mais de 2 anos, e desde os três meses de vida é treinada diariamente pelo cabo Laércio Lelis. Ansiosa por brincadeiras, a cadela é levada para diversos locais e terrenos diferentes para receber treinamento para situações que vão, desde desmoronamentos a incêndios. Apesar do esconde-esconde que participa durante os treinos mais parecer diversão do que trabalho, os olhos e ouvidos atentos de Jade revelam disciplina total ao serviço prestado.
No final de mais um dia de trabalho, o animal ganha um prato de ração super premium de excelente qualidade, um local adequado para descansar e muito carinho de seu treinador. Não é à toa que quando o cão se aposenta, por volta dos oito anos, ele acaba acompanhando o bombeiro responsável por ele. “O laço de afeto entre os dois acaba sendo muito forte e por isso optamos por doar o animal ao treinador”, explica o tenente Almeida."
Acompanhada por seu treinador, o cabo Laércio Lelis, a cadela ficou responsável por vasculhar a área atrás de possíveis vítimas. As Labradoras Dora e Safira, veteranas da corporação, também compareceram ao local, mas não encontraram feridos. De acordo com o Tenente Comandante do Canil dos Bombeiros, Luciano de Almeida, para chegar ao patamar de cães de resgate, um longo período de treinamentos deve ser percorrido. “Assim que chegam ao batalhão, por volta dos três meses, já começam os testes. Eles não podem ser medrosos e devem ser muito brincalhões”, ressalta.
O carro do Corpo de Bombeiros é adaptado com caixas de transporte para os cães e isolamento acústico.
Almeida explica ainda que aos 18 meses de vida um novo teste é feito com o animal. Nessa etapa voltam a ser avaliadas questões comportamentais como possível medo de trovões e escadas, além de sua desenvoltura em situações de risco. “Caso o cão seja reprovado, ele volta para o canil”. De acordo com o tenente, existem atualmente nove soldados de quatro patas na corporação, dois Labradores, um Golden Retriver, um Border Collie e cinco Pastores Belgas de Malinois.
Desenvolvidos para trabalho, naturalmente ágeis e de pelo curto, o Pastor Belga de Malinois é o mais novo queridinho do batalhão. Dois filhotes foram adquiridos recentemente e estão em fase de adaptação. Segundo o tenente Almeida, para o resgate de vítimas é necessário raças mais dóceis e brincalhonas, principalmente porque os cães são treinados em forma de brincadeira, como esconde-esconde e cabo de guerra. “Motivamos e incentivamos os animais a desenvolverem seus instintos de caça, olfato, audição e movimentação.”
Quando estão em serviço, Almeida explica que o bombeiro responsável pelo animal solta o cão por cerca de 20 minutos para vasculhar a área e descansa por mais 40 minutos. Em seguida, um novo cão é solto para fazer a mesma tarefa. “Caso apenas um animal aponte o local é provável que haja uma vítima, mas caso dois cachorros apontem o mesmo local, é certeza”, explica.
Treinamento
Vale lembrar que o Corpo de Bombeiros de São Paulo segue à risca as normas internacionais do American Rescue Dog Association (Associação Americana de Cães de Resgate). E não é apenas o cão que recebe treinamento. Dentre essas normas, fica estabelecido que o bombeiro também deve ser ‘treinado’ para aprender a como lidar com os cães. Por isso ele deve fazer o curso cinotécnico realizado na sede da Polícia Militar. “Para ser um treinador, o bombeiro deve ser desinibido, saber estimular e lidar com cães, ter certo conhecimento técnico prévio e obviamente, gostar de animais”, salienta o Tenente.
Questionado a respeito de outras raças apropriadas para o resgate, Almeida explica que Pastores Alemães também são muito utilizados e que geralmente, as fêmeas tendem a ser melhores já que têm o instinto natural da caça, o que não significa que os machos também não sejam bons soldados. Atualmente são seis fêmeas e três machos na corporação.
Jade é uma das novatas. Ela serve o Corpo de Bombeiros há pouco mais de 2 anos, e desde os três meses de vida é treinada diariamente pelo cabo Laércio Lelis. Ansiosa por brincadeiras, a cadela é levada para diversos locais e terrenos diferentes para receber treinamento para situações que vão, desde desmoronamentos a incêndios. Apesar do esconde-esconde que participa durante os treinos mais parecer diversão do que trabalho, os olhos e ouvidos atentos de Jade revelam disciplina total ao serviço prestado.
No final de mais um dia de trabalho, o animal ganha um prato de ração super premium de excelente qualidade, um local adequado para descansar e muito carinho de seu treinador. Não é à toa que quando o cão se aposenta, por volta dos oito anos, ele acaba acompanhando o bombeiro responsável por ele. “O laço de afeto entre os dois acaba sendo muito forte e por isso optamos por doar o animal ao treinador”, explica o tenente Almeida."
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