quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Animais deficientes encontram amor em fazenda no Quênia

 Boniface Ndura e seu cão Rex.
Em algumas áreas ou comunidades, animais deficientes são considerados sinais de má sorte para a família onde nasceram, em outros locais são vistos como presságios do fim do mundo.
Apesar de todas as interpretações maléficas possíveis, Mzee Boniface Ndura, um senhor de 60 anos, professor aposentado, guarda muita compaixão por eles, já que há 15 anos se dedica a comprar, resgatar e dar abrigo a animais que possuem defeitos genéticos ou algum tipo de deformidade. Em outros casos, esses mesmos animais teriam um triste fim.
A sua fazenda, localizada a 5 km da cidade de Kitale, abriga a “Kitale Nature Conservancy” (Conservação da Natureza de Kitale, em tradução livre). Além de cuidar da fazenda onde vivem animais de diversas espécies com deficiências físicas, Ndura ensina as crianças sobre conservação ambiental e respeito aos animais.
Os animais abrigados na fazenda de Ndura foram adquiridos de todas as partes do país. Um cão com três pernas, uma cabra com duas, bodes e macacos sem cauda e uma vaca com quatro chifres, estão entre as centenas de animais que encontram na fazenda um recanto para viverem sem estarem na mira de crendices e superstições.
“Eu acredito que esses animais foram criados por Deus Todo Poderoso, assim como nós humanos, então eles também têm o direito de viver”, declara Ndura.
Ndura explica que ele compra os animais por um preço muito aquém do que valeriam se não apresentassem qualquer deficiência. Ele encoraja os fazendeiros a não os matarem quando nascem para que ele possa comprar e deixa-los viver em paz.
Contudo, ele afirma que não é um tarefa simples, cuidar de animais deficientes requer muitos cuidados dependendo dos problemas físicos que apresentam. Ele conta com a ajuda de um veterinário que vai à fazenda todas as semanas fazer check up em cada animal para assegurar a sua saúde.
“Eu percebo que a maioria dos animais vem mais de determinados lugares do que outros, portanto, eu entro em contato com dirigentes dos departamentos governamentais a fim de que se possa investigar e estabelecer a causa dos problemas físicos dos animais nessas regiões”, disse ele.
Ele conta ainda que apela aos quenianos, que se alguém tem um animal deficiente, que deixe sob seus cuidados ou ele oferece uma quantia de dinheiro em troca.

A fazenda de Ndura é o maior jardim botânico do país, uma área de natureza conservada em 250 hectares de terra no coração das terras úmidas a oeste do país.
Por Danielle Bohnen (da Redação).
Fonte: http://www.anda.jor.br/2011/10/13/animais-deficientes-encontram-conforto-e-protecao-em-fazenda-no-quenia/
Fotos: Leonard Wamalwa/ West Fm.
EFE.

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