sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Vira-lata passa por terapia com células-tronco

Vocês não imaginam a minha felicidade em ler esta matéria, quem já perdeu um cão com esta doença, sabe do que estou falando. Saudades do meu Remo que muito sofreu com esta doença.
bjks Cecília.
Teste de terapia em São Paulo pode virar alternativa para cães e gatos em estado terminal. Entenda como funciona
por Rafael Barifouse - 13/12/2010.
Aos dois anos de idade, Nego era um vira-lata de pelo preto felpudo (daí seu nome) brincalhão e irriquieto. Por isso, sua dona, a corretora imobiliária Patrícia Barbosa, de 29 anos, estranhou ao vê-lo sem apetite e recolhido aos cantos. Exames feitos no fim do ano passado revelaram uma aplasia medular, ou “doença do carrapato”, condição gerada por um parasita que interrompe a produção de células sanguíneas pela medula óssea. Seis meses de tratamentos e transfusões de sangue depois, o futuro não era promissor para Nego. Foi quando sua veterinária soube que o hospital veterinário Sena Madureira iniciaria os testes com células-tronco. “Não tinha mais para onde correr. Se não fosse por isso, ele não estaria mais aqui”, diz Patrícia. Hoje, é possível esbarrar com o vira-lata ao lado da dona em suas caminhadas pelas ruas de Itapecerica da Serra.
Nego foi o primeiro paciente de uma terapia inédita no país. Células-tronco são como peças curingas de nosso corpo: em embriões, elas se transformam em todas as outras células que compõem órgãos, ossos, nervos, vasos, músculos e sangue. Graças a essa versatilidade e à capacidade de se multiplicar infinitamente, elas também ajudam na renovação de organismos adultos. Daí seu potencial para recuperar lesões e doenças crônicas. O uso terapêutico foi cogitado no início do século XX, mas as evidências de que funcionaria só vieram a partir dos anos 1960.
Os tratamentos emperraram na polêmica da obtenção dessas células. A coleta feita no primeiro estágio de desenvolvimento de um embrião o destrói, o que gera protestos de religiosos e conservadores. Os cientistas contornaram esse obstáculo ao encontrar essas células também em tecidos adultos, como a gordura. Em outubro, mais de um século depois de sua descoberta, as células-tronco embrionárias humanas começaram a ser testadas como tratamento. “Ainda há muitas questões abertas, porque há muitos tipos de células-tronco. É preciso entender qual é o melhor para qual doença, o melhor jeito de aplicá-las no organismo, como evitar rejeição”, diz Mayana Zatz, diretora do Centro de Estudos do Genoma Humano.
Alheia à polêmica, a terapia celular veterinária avançou bastante, graças aos testes em animais. Tratamentos de cães e gatos com problemas ortopédicos e de articulação são realizados nos Estados Unidos desde 2008 e custam em torno de US$ 3 mil. “Na veterinária, não há transplante, pois há muita rejeição de órgãos. Esse tipo de terapia pode ser uma alternativa”, diz Mário Marcondes, diretor clínico do hospital veterinário Sena Madureira.
Desde maio, o hospital faz triagem de animais para testar o uso de células-tronco como tratamento para doenças cardíacas, insuficiência renal, lesões na coluna e aplasia medular, em parceria com a empresa de biotecnologia CellVet. Mas só para bichos em estado terminal e que já tenham feito todos os tratamentos possíveis. Ao todo, 80 animais serão submetidos aos testes. O animal aprovado passa por três sessões mensais, em que são injetados 2 bilhões de células-tronco. Uma vez em contato com o tecido danificado do organismo do animal, as células podem vir a promover sua recuperação.
Após as aplicações, o paciente é avaliado a cada 15 dias, por seis meses, por uma equipe multidisciplinar de 30 pessoas. O tratamento ainda é experimental e, por isso, gratuito. Não há garantia de um bom resultado. Mas os primeiros testes se mostram promissores. “Já temos algumas reações positivas, mas precisamos avaliar por mais tempo para ter certeza de que houve recuperação completa”, afirma Marcondes. Nego é um bom exemplo disso.
Fonte: http://revistaepocasp.globo.com/Revista/Epoca/SP/0,,EMI194571-15376-1,00-VIRALATA+PASSA+POR+TERAPIA+COM+CELULASTRONCO.html

3 comentários:

  1. Que boa notícia! Perdi o meu Chuck para uma leucemia há 3 meses e foi tão violenta que não tivemos tempo de ir atrás desses novos recursos, só conseguimos fazer a primeira sessão de quimio...
    Mas mesmo assim tive a oportunidade de pesquisar e ver que muito progresso tem sido feito nesta área, e tenho esperança que isso diminua o sofrimento de outros cães e seus humanos!
    Bjs!

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  2. Oiiii, estava com saudades de você!!!
    Audoro esse cãotinho!
    Uma ótima noite...

    Lambeijokas

    Lola

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  3. Não tenho opinião formada sobre o assunto "células tronco".
    Na teoria, a problemática de usar essas células é a seguinte: como são células precursoras de outras células, elas podem dar origem tanto ao grupo celular que desejamos "reconstruir" quanto a um crescimento celular desorganizado em outros tecidos, incluindo aí, o câncer.

    Mas, eles não publicam todos os resultados, né? Só vemos as "coisas boas".

    bjs!

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